Killzone é uma das maiores franquias do gênero FPS e Killzone Mercenary consegue trazer toda a qualidade vista nos consoles para o PS Vita.
Só que desta vez você não está do lado da ISA (Aliança Estratégia Interplanetária) ou do Império Helghast. Você está na pele de Arran Danner, um mercenário que está apenas realizando missões em troca de dinheiro, e a partir desta premissa, todo o jogo é desenvolvido.
Este personagem é um ex-fuzileiro da UCA (Exército das Colônias Armadas) contratado para resgatar a almirante do ISA, Alex Grey, que foi sequestrada pelo Coronel helghan Vyktor Kratek. Em suas missões, Danner tem a ajuda de seu parceiro Ivanov, também ex-soldado e atual mercenário.
Entretanto, o que parece ser apenas uma missão de resgate, acaba culminando em algo muito mais sério, envolvendo a descoberta de um novo vírus que pode por em perigo a vida de todos os humanos da ISA. E para completar, em meio a tudo, ISAs e Helghans decidem ir trás de Justus, filho do embaixador do planeta Vekta, o único que possui um DNA combinado de humano e helghan.
Tanto no modo campanha como no multiplayer, suas ações rendem dinheiro virtual que é utilizado para comprar armas, equipamentos e VAN-guards (os “perks”). Assim, cada ação sua rende um certo valor e você acumula em qualquer um dos modos.
A campanha single player não é muito extensa levando cerca de 9 a 10 horas para completá-la. São somente 9 missões, mas elas são bem longas e bem elaboradas. Você não fica apenas matando seus adversários e avançando no mesmo sentido. Existem objetivos secundários, puzzles para resolver e sempre aparece algum tipo de exploração para realizar.
Gráficamente, Killzone Mercenary está impecável. Com certeza, é o melhor visual oferecido no PS Vita até agora e tem a mesma ambientação vista em Killzone 2 e 3. A produtora Guerrilla Cambridge adaptou muito bem a engine gráfica dos jogos anteriores para o portátil e o resultado é muito bom. Existem pequenas perdas na qualidade gráfica, mas nada que incomode, afinal, a potência do PS Vita não é a mesma do PS3, mas é suficiente para representar a série Killzone no aparelho. A sensação de jogar um console da atual geração na palma da sua mão é incrível.
Tivemos dois jogos no estilo FPS para PS Vita, Call of Duty Black Ops Desclassified e Resistance Burning Skies. Infelizmente, eles tinham muitos problemas na jogabilidade, em parte, pelo fato de serem jogos da primeira geração do portátil.
Killzone Mercenary não sofre destes problemas, tendo uma jogabilidade muito boa, com boa resposta dos comandos e utilizando de forma inteligente o sistema touch do aparelho. Com exceção das execuções manuais (luta corpo-a-corpo), o restante dos comandos da tela de toque não são obrigatórios, podendo utilizar os botões comuns. A parte de trás do Vita é utilizada de forma prática, bastam dois toques rápidos e você ativa a corrida. É tão intuitivo que você acaba usando isso sempre, sem se dar conta que é um tipo de comando diferente do habitual em jogos de FPS.
No entanto, nem tudo está perfeito. O sistema de cover parece estar incompleto. Quando você se esconde atrás de uma mureta, é muito fácil simplesmente apontar a arma e atirar nos inimigos, já que seu personagem fica na defensiva enquanto você não mira. Mas, esse tipo de defesa não funciona em “esquinas”, forçando você andar e expor seu soldado, para o deleite do inimigo que está esperando esse momento para atirar. Para nossa alegria, esse é o único defeito da jogabilidade, pois no restante, ela responde bem e faz de Killzone Mercenary, um jogo bem sólido.
Se a campanha já é divertida, no multiplayer que o jogo ganha ainda mais destaque. É aqui onde você usará tudo o que aprendeu e comprou dentro do jogo. Durante a campanha, as ações e objetivos cumpridos garantem cartas que dão seu status no multiplayer, então, você ganha mais um motivo para terminar o game nas variadas dificuldades para desvendar tudo que há para habilitar.
São três modos de jogo no multiplayer. No Mercenary Warfare, vários jogadores são colocados em uma arena para ver quem mata mais. Os 3 primeiros colocados são premiados. No modo Guerrilla Warfare, acontece a batalha entre dois times: ISAs e Helghasts. Basta escolher um lado e torcer pela sua vitória. E o Warzone , já conhecido de quem joga Killzone, é o modo onde dois times devem realizar várias tarefas diferentes em campo, sempre um contra o outro e dentro de um certo tempo.
Um dos grandes méritos de Killzone Mercenary é mesclar elementos do multiplayer na campanha. Então você se familiariza com a jogabilidade de ambos os modos, mesmo que jogue apenas um deles.
A versão nacional do jogo teve localização para nossa língua. Não somente existem legendas em Português como também as vozes foram dubladas. Por conta disto, a imersão é bem maior e fica acessível a um público muito mais amplo o conhecimento da história que se passa no jogo. Infelizmente, a dublagem não é tão boa. Os dubladores são todos desconhecidos e as vozes ou não combinam com o personagem, ou não passam emoção. Você nota uma suavização nos palavrões, mas isso não chega a atrapalhar de fato. Neste quesito, gostaria que o jogo tivesse o mesmo nível de dublagem visto em jogos como The Last of Us, Halo 3 ou League of Legends.
Finalizando
Killzone Mercenary é um grande jogo, muito acima da média dos jogos desse estilo, até mesmo de títulos lançados para consoles. É aquele tipo de jogo que te faria comprar o portátil só para jogar. Existem pequenos defeitos que não atrapalham na experiência que o jogo proporciona. Ele mostra um outro lado da guerra entre ISA e Helghast e deixa uma ponta no final que ligará com Killzone Shadow Fall, que será lançado futuramente para PlayStation 4. Por conta disso, é indispensável para quem é fã da franquia e para quem gosta de um bom FPS tanto off-line como em multiplayer.
Killzone Mercenary – PlayStation Vita
Ponto forte:
Gráficos fantásticos, boa jogabilidade, multiplayer intenso. O melhor do estilo FPS para o PS Vita.
Ponto fraco:
Problemas no sistema de cover e alguns pequenos bugs atrapalham às vezes. A dublagem nacional está ruim e sem emoção.
Nota: 4.5/5
Review muito bem escrito, parabéns! Ainda não conheço a franquia, mas fiquei bem interessado em começar por este? Estraga muito se eu não conhecer a história dos outros jogos?
Com certeza comprarei!