O tão aguardado Assassin’s Creed ambientado no Japão chegou! Cinco anos após o lançamento de Valhalla (Mirage foi um lançamento menor), temos agora Assassin’s Creed Shadows. E fomos apresentados aos novos protagonistas: Naoe, uma shinobi da Província de Iga e Yasuke, um lendário e poderoso samurai.
O jogo já está disponível desde o dia 20 de março para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC, via Ubisoft Store, Steam e Epic Games Store. Além disso, ele tem suporte no Steam Deck e pode ser jogado por meio da assinatura Premium do serviço Ubisoft+.

Dessa vez, o desenvolvimento ficou por conta da Ubisoft Québec, que também produziu Assassin’s Creed Odyssey. Mas pelo tamanho extenso da lista de desenvolvedores, é muito provável que outros estúdios da Ubisoft tenham colaborado também.
Assassin’s Creed Shadows nos leva ao Japão do século XVI. Uma época muito marcante para o país e cheia de figuras históricas durante uma batalha brutal pela unificação territorial.
É preciso citar logo de cara que a ambientação é um ponto forte do jogo. Não sei por quantas revisões ele passou até chegar em sua forma final, mas o resultado foi algo que realmente passa aquela sensação de Japão feudal que vemos em tantos filmes e animes. Há um apreço muito grande em mostrar muitos detalhes tanto em cenários, como trajes e pequenos objetos.
A paisagem é bastante diferente de tudo o que foi visto antes na franquia e a música, tanto nos momentos especiais como as trilhas de ambiente, influenciam demais na imersão.
Os gráficos também são outro ponto forte. Fotos ou vídeos no YouTube não conseguem passar 100% da beleza do jogo. É preciso ver ele rodando ao vivo, e de preferência numa TV com HDR. O estilo gráfico adotado é o foto realista, que é muito comum na franquia Assassin’s Creed. E o resultado são imagens muito bonitas. Não tem como não parar toda hora para tirar algum print no Modo Fotografia.

O cenário total do jogo é imenso e impressiona como existem muitas construções, torres, pequenos templos, vilas, castelos… Tudo bem perto um do outro e com muitos NPCs e animais, o que passa uma sensação de um lugar vivo realmente.
O jogo possui transição entre dia e noite, o que chega até mesmo a modificar a gameplay já que alguns guardas adormecem quando anoitece (facilitando algumas missões de invasão). Há também mudanças de estações, que são representadas no jogo através de um vídeo que informa a troca. Para cada estação existe uma configuração do cenário, onde podemos ver rios congelados no inverno, grama mais alta no verão, flores na primavera, etc.

Então, é exatamente o que você pensou: para cada localidade do jogo existem quatro versões diferentes. E tem mais: as chuvas são bem constantes no jogo. Em tempo real é possível notar o céu ficando nublado, a tempestade caindo com força, e o fim da chuva, quando formam-se lama e poças d’água em todo canto. É ainda mais bonito quando saem os primeiros raios de sol e se misturam com os últimos pingos.
Fora isso, a vegetação também tem um cuidado especial. Tanto durante a chuva como em dia ensolarados, ocasionalmente venta forte e é possível ver mesmo de longe grandes árvores e gramados chacoalhando.
Com toda essa variedade de situações do ambiente, o jogo acaba apresentando várias qualidades gráficas. Algumas são simples e até mesmo comuns, mas outros momentos são de encher os olhos. Eu particularmente adoro o pôr do sol, quando mais costumo fazer minhas prints.
Falando ainda sobre gráficos, os modelos da Naoe e do Yasuke com certeza são os mais complexos e detalhados. São muitas roupas, armaduras e outros acessórios que podem ser equipados. E todos tem boa modelagem e textura. Além disso, as expressões deles durante as cutscenes são muito boas, diferente dos demais NPCs que tem movimentos mais simples, principalmente quando não são personagens importantes.
As animações dos protagonistas também receberam muita atenção. Nos jogos anteriores da franquia era perceptível a reutilização de alguns movimentos em vários títulos consecutivos. Mas em AC Shadows tive a impressão de tudo foi renovado. Principalmente com relação à Naoe, que é uma ninja super ágil, e para isso ser expressado no jogo, foram necessárias capturas novas com um toque mais acrobático. Seja para correr, rastejar, pular de muros, executar golpes finalizadores em combate, etc.
E os protagonistas voltaram a ter a animação de se encostar em paredes de forma furtiva para observar o ambiente ao lado. Isso é algo que sumiu da franquia após AC Syndicate. Mesmo o todo habilidoso Basim não fazia isso tão bem em AC Mirage.
Porém preciso ressaltar que as animações de interação com objetos ou abertura de portas continua simples e um pouco estranha.

E falando em jogabilidade. Naoe e Yasuke tem formas bem diferentes de controlar. Enquanto Naoe é rápida, porém fraca em combate corpo a corpo e corpo, Yasuke é um tanque, com golpes pesados e maior resistência.
O combate segue a linha dos outros AC dessa nova leva com estilo RPG. Há um grande foco em defletir ataques para o inimigo abrir a guarda e então levar um combo ou golpe forte com acréscimo de dano. É importante ficar na defensiva pois os oponentes defendem ataques comuns com muita facilidade. A exceção é que para Yasuke é muito mais fácil quebrar a defesa dos inimigos.
Se o jogador ataca demais e defende de menos, ele abre brecha para ser morto com três ou quatro golpes do oponente. Há a possibilidade de recuperar parte da vida utilizando itens de cura que podem ser comprados ou encontrados pelo cenário. E caso o inimigo vença, o jogo volta para o último ponto de salvamento, sem a perda de itens, dinheiro ou de pontos de experiência.
Há dois tipos de ataque: rápidos e fortes. E também existe uma leva grande de técnicas especiais que são desbloqueadas conforme os personagens evoluem de nível. Os golpes normais podem ser carregados também, mas é preciso uma boa estratégia para não ser golpeado no meio do processo.

Entre os vários golpes dos inimigos, existem aqueles que podem ser defletidos e aqueles indefensáveis que exigem uma esquiva no momento certo. Caso o jogador consiga defletir ou esquivar, o oponente fica alguns segundos mais vulnerável a ataques, além de se movimentar mais lentamente. Felizmente não há uma barra de stamina que limita a quantidade de esquivas, dando mais chance ao jogador que não está acostumado com os combates ainda. Lembrando que eu joguei na dificuldade padrão, não sei se algo muda nos modos mais difíceis.
Como dá para notar, o combate ainda é inspirado em jogos estilo souslike e aparentemente, a franquia não irá abandonar isso tão cedo.
Muito antigamente, AC tinha um estilo de combate próprio, baseava-se em atacar e contra atacar baseado na movimentação do inimigo (algo herdado dos primeiros “Prince of Persia”, provavelmente). Depois vieram os jogos com combate estilo “Batman Arkham”, onde o jogador acertava vários ataques num oponente e uma luz vermelha indicava quando ele deveria apertar o botão de contra-ataque para impedir um golpe pelas costas vindo de outro inimigo.
Mas agora estamos na era dos combates estilo “Dark Souls”. Para os próximos jogos, seria bacana se a Ubisoft tentasse criar algo próprio, uma nova jogabilidade ou algo que remetesse ao início da franquia. Isso com certeza traria mais originalidade e variedade aos jogos.
A árvore de habilidades para ambos os protagonistas é bem grande e demorada para completar. Essas habilidades são separadas por estilo e isso ajuda o jogador a escolher o que quer melhorar primeiro. Voltamos a ter pontos de experiência e nível do personagem, algo que tinha sido meio modificado em AC Valhalla, porém, aqui voltou ao padrão dos jogos de RPG.
Existem também os Pontos de Conhecimento que são obtidos ao explorar cenários, desvendar tumbas ou resolver pequenos desafios.

Embora não abranja o Japão todo, o cenário de AC Shadows é muito grande e variado. As locações reais (que existem até hoje) estão bem representadas e você encontra muita gente na internet fazendo comparação das fotos desses lugares com fotos tiradas no jogo. O destaque vai para o castelo de Osaka que ainda está em processo de construção.
Algo que já se tornou clássico nos jogos da Ubisoft é a escolha do tipo de exploração. Em AC Shadows não foi diferente, podemos escolher o modo simples, onde os objetivos são marcados no mapa, assim como a localização de missões e coletáveis. E há outro modo onde o jogador pega informações de onde tem de ir, abre o mapa para se localizar e sai em busca daquilo que está procurando (seja uma locação, um NPC, um item, etc…).
Obviamente que esse segundo modo pode ser um pouco mais demorado, pois é preciso interpretar as informações recebidas como “a pessoa procurada esta num vilarejo a leste de Sakai”. E aí vai do jogador, se ele não gosta que o jogo marque exatamente onde ele deve ir ou o que deve fazer, essa opção é bem vinda.
Para quem curte explorar, não quer as coisas mastigadas demais, mas uma hora ou outra acaba tendo dificuldade em localizar algum objetivo, existe a opção de mandar alguns aliados para a região investigada. Eles procuram para você e marcam seu alvo no mapa. Quanto mais aliados enviar, maior a área de cobertura deles.
As famosas torres continuam presentes. Ela liberam objetivos próximos a ela (ainda que bem menos nesse jogo) e curiosamente, são ativadas automaticamente assim que são alcançadas, fazendo aquele clássico giro distante. As torres permitem o fast travel também.
Em AC Valhalla tínhamos um assentamento onde era possível melhorar e expandir com novas construções. Mas tudo era pré planejado, bastava ter os recursos certos e mandar construir as coisas. Já em AC Shadows temos um vilarejo que começa apenas com uma pequena mansão no centro. O restante é o jogador que decide onde colocar, ficando tudo muito mais customizável. E ainda dá para comprar uma série de itens decorativos para deixar tudo ao gosto de quem está jogando.
Durante a exploração, o jogador encontra alguns NPCs que podem acabar se tornando parte do vilarejo. Dá até mesmo para “recrutar” um simpático cachorro que tem uma história triste e estava precisando de um novo dono.
As missões são separadas entre as principais, as específicas por protagonista e as secundárias. Assim que você as obtém através de NPCs, elas ficam dispostas numa tela de organização, separada por regiões ou por assuntos. Geralmente, mostram o rosto de quem está relacionado a elas. É algo diferente do que víamos nos jogos anteriores. Em Valhalla, por exemplo, existia somente uma lista de retângulos, cada um com uma missão e separadas por importância ou distância.
O que fizeram agora foi pegar aquela tela dos alvos dos vilões principais (que em cada jogo tem um nome específico) e expandir para outros personagens. De início parece um pouco confuso, mas dá pra acostumar rapidamente.
Assim que o jogo é iniciado, ele mostra a interface do Animus, que prometia ser um hub para os jogos da franquia Assassin’s Creed, com grandes novidades relacionadas aos jogos. Ela mostra todos os jogos lançados a partir de AC Origins, e aparentemente é possível acessá-los por esse menu se os jogos estiverem instalados no seu videogame / PC. Mas, caso o jogador não possua o jogo, ele é mandado para uma loja virtual para adquirir.
Dá para acessar os jogos como você sempre fez também: através do menu do console ou de uma plataforma digital no PC. E eles entram bem mais rápido, não precisando acessar o AC Shadows primeiro para fazer isso, o que torna esse novo hub meio inútil. Mas torço para que ele ganhe mais utilidade futuramente.

Em AC Shadows não temos “pássaros drone” como nos jogos passados. Em vez disso, podemos usar a famosa visão especial que mostra inimigos por de trás das paredes. Quando se acessa um lugar alto, podemos marcar os inimigos e ver seu nível de dificuldade. E para quem sente falta de poder dar uma olhada ao redor de uma fortaleza antes de invadir, o modo de tirar fotos acaba quebrando um galho…
Quando começamos o jogo, aparece um aviso sobre a plataforma Animus que permite ao usuário reviver vidas passadas de figuras históricas. E no caso de AC Shadows, ela possui muitas informações sobre a Naoe, porém, vários detalhes sobre Yasuke ainda não foram descobertos e podem estar registrados de forma errada.
O início diz isso de forma bem clara para frisar que o jogo não tem precisão histórica (a franquia nunca propôs isso). O jogo apenas se baseia em fatos reais para criar sua ficção. Muito provavelmente, esse aviso foi deixado de forma explícita para evitar polêmicas sobre a vida do Yasuke da vida real.
Falando sobre este samurai, é o primeiro que controlamos, mas seu jogo dura meia hora no máximo. Depois somos introduzidos a Naoe e temos uma gameplay de mais ou menos umas dez horas até que Yasuke volte. E mesmo assim, os dois não ficam totalmente disponíveis a partir desse momento. Temos que jogar com ele por algum tempo, meio que repetindo a história pelos olhos dele e depois de tudo passamos a poder escolher com quem jogar.
Para um jogo que focou tanto em mostrar os dois protagonistas, era de se esperar que fosse possível alternar entre eles muito mais cedo do que acontece. Em AC Syndicate temos os dois irmãos Frye jogáveis, e o tempo de jogo dividido por eles parece melhor balanceado.

Em todo caso, AC Shadows é um jogo que dura muitas horas. E temos muito tempo depois dos capítulos iniciais para alternar entre os protagonistas.
Yasuke inicialmente é apenas um escravo dos portugueses que estão no Japão. Mas ele consegue chamar a atenção de Oda Nobunaga, isso faz com que ele acabe se tornando um tipo de escudeiro. Aos poucos, Yasuke vai aprendendo técnicas usadas pelos samurais e acompanha Oda em sua missão de unificar o país. Com o passar do tempo e com tantas eliminações feitas, nosso protagonista passa a questionar as atitudes do líder que ele passou a seguir.
Naoe tem uma vida pacífica na Província de Iga, onde vive com seu pai. No entanto, tudo acaba mudando quando a guerra se inicia e ela perde tudo o que tinha. A partir disso, Naoe tem como objetivo a vingança e também descobrir sobre um segredo que seu pai guardou por muitos anos.
Tudo relacionado ao enredo da franquia Assassin’s Creed aparece um pouco mais tardiamente no jogo. O foco acaba sendo nas missões e objetivos pessoais dos protagonistas. Mas o final dá brechas para continuações. E, sabendo como a Ubisoft trabalha, é impossível este jogo não ter expansões e DLCs futuras. AC Valhalla teve conteúdos novos saindo até dois anos após seu lançamento. Por isso, é fácil afirmar que a história de Naoe e Yasuke não acabaram aqui.
Falando mais sobre o enredo, os protagonistas dessa vez são pessoas comuns, não tem poderes divinos, não são reencarnações fantásticas. Tudo está muito mais pé no chão. Existem mitos e coisas relacionadas ao folclore japonês, mas nada muito exagerado. Provavelmente, foi uma medida tomada para não criar mais polêmicas em torno do jogo. Você não irá encontrar seres mágicos e mitológicos prontos para combates épicos em AC Shadows.

A dublagem mantém a qualidade de sempre dos AC, embora tenha alguns tropeços. A escalação foi muito boa e quem costuma ver desenhos ou séries japonesas dubladas, vai encontrar algumas vozes muito conhecidas aqui e ali. Parece haver um apreço para tentar manter nomes e termos japoneses falados da forma mais correta possível. No entanto, sempre aparece alguém falando um desses termos errado.
Como são muitos personagens. e até mesmo os NPCs secundários tem vozes, acredito que seja um trabalho muito complicado fiscalizar termo por termo. Mas eu preciso dizer que não consegui acostumar com 99% dos personagens falando “Ôdá Nobunagá”. Acho que nem nos animes com áudio original eu ouvia o nome dele assim…
Um defeito presente aqui, e que acaba sendo meio recorrente em jogos dublados, é que em certos diálogos os personagens tem entonações diferentes. Não parece que eles estão realmente conversando. Isso certamente acontece porque cada dublador trabalha separado e muitas vezes eles tem somente a o áudio original como referência, não sabendo o contexto de cada cena.
Há um modo de áudio imersivo em que cada personagem fala em sua língua nativa. Na prática era para deixar tudo mais realista, mas fica bem confuso. Isso me lembrou as cutscenes de “Tekken 8”.
Num jogo tão grande como Assassin’s Creed Shadows é impossível não passar por nenhum bug. Contudo, eu ainda não encontrei nenhum. Só não vou dizer que o jogo é imune a isso, porque nenhum é. E também porque já vi relatos e vídeos por aí sobre problemas no jogo.
Tem o fato também que estou jogando uma versão mais recente. A maioria dos reviews foram lançados antes do lançamento e antes dos patches de atualização.
E falando nisso, nessa semana em que eu estava escrevendo essa crítica, chegou a atualização 1.0.2, e ela trouxe algumas melhorias. Anteriormente, quando eu joguei achei estranho não ter a opção de fazer o cavalo andar sozinho depois que eu marcava um ponto no mapa. Isso era algo que existia nos AC passados, faltava em AC Shadows e finalmente retornou. Sim, eu uso isso para apreciar a paisagem ou para ver notificações no celular. Confesso!
Outra mudança é que agora é possível “despegar” uma habilidade e gastar seu ponto em outra. Isso ajuda muito pra quem quer testar outra configuração de personagem. Anteriormente, se não me engano, só era possível reaver os pontos se todos fossem removidos de uma vez.

Não posso deixar de citar algumas coisas que me irritaram bastante durante a gameplay. A maior delas é com relação a invasão de bases inimigas. Às vezes, quando um inimigo me via, ele ficava pra sempre em alerta me buscando. Eu sabia do local, ia pra longe, voltava e o inimigo estava lá doido pra me encontrar. Eu só conseguia fazer ele esquecer de mim quando usava um fast travel próximo e retornava para a base.
Um bom tempo depois fui notar que os inimigos realmente não desistem de você pois um deles toca um sino que serve de alarme. O ruim desse alarme ativado é que ele te impede de interagir com objetos, usar sincronização e mesmo completar algo relacionado a missão atual. Isso quase sempre te obriga a invadir sem ser visto, algo que varia de dificuldade dependendo do local, de seu nível de experiência e das suas habilidades.
Por mais que o sino tenha sido tocado, acho que faria sentido o jogo tirar os inimigos da posição de alerta depois de algum tempo, como todo jogo stealth faz em geral. “Metal Gear Solid” ensinou com fazer isso lá no PS1 nos anos 90.
É impossível jogar AC Shadows e não lembrar ou comparar com outros jogos do gênero. Os fãs de “Ghost of Tsushima” que me perdoem, mas eu consigo ver uma boa diferença na proposta entre esses dois títulos.
GoT conta a história de um samurai e tem um foco muito grande em combate e exploração. O combate é tão importante que existem milhares de técnicas, poses de luta, golpes especiais, duelos, fatalities.
Por outro lado, AC Shadows divide a atenção entre um samurai e uma shinobi. O foco no combate é menor, embora existam muitas técnicas para serem habilitadas e uma boa variedade de armas. As lutas ficam um pouco mais repetitivas, mas elas mudam bastante de um personagem para outro. E no caso da Naoe, suas técnicas brilham mais quando se joga no modo furtivo.

Eu consigo me divertir com as duas propostas. Mas se AC Shadows fosse focado apenas no samurai, diria que realmente ele tem menos recursos de combate.
Para os fãs do cineasta Akira Kurosawa, existem óbvias homenagens a ele aqui neste jogo. Vão desde o dramalhão em algumas cenas trágicas até mesmo as mortes especiais que deixam a tela toda em preto e branco e com o sangue escorrendo.
Desde o PS2 eu ficava imaginando como seria um “Tenchu” de mundo aberto e finalmente ele veio. “Sekiro” poderia ter sido esse jogo, mas ele te permite jogar estilo furtivo durante os trinta minutos iniciais e tudo muda quando se encontra o primeiro inimigo que te derrota com um ou dois ataques. Sou péssimo nesses jogos punitivos demais, então desisti dele a partir deste momento.
Apesar de AC Shadows também ter inspiração souslike em seu combate, ele é muito mais amigável. Por isso, não posso me afastar dele.
Vale a pena?
Este é um jogo enorme e sua duração pode valer a pena o dinheiro investido. Os fãs de longa data de Assassin’s Creed tem muitos motivos para curtir. E a tão cultuada temática japonesa pode atrair novos jogadores.
Essa ambientação até faz a gente esquecer por alguns momentos que estamos jogando a franquia dos assassinos. Mas isso volta quando alguns tipos de missão aparecem tantas vezes que se tornam repetitivos. Isso é meio recorrente desde que os jogos passaram para esse estilo RPG.
O pouco desenvolvimento do tempo presente na franquia é um dos pontos que mais me desaponta. Desde que mataram o Desmond essa parte sci-fi vem ficando cada vez mais de lado. E eu tenho a impressão que a AC era mais forte quando passado e presente se uniam para criar uma história mais elaborada.
Em todo caso, isso não quer dizer que a história de Yasuke e Naoe seja ruim, mas ela deveria representar apenas metade do jogo (ou 2/3). Assassinos e templários de alguma forma deveriam ter relevância maior dentro dos jogos novamente.
- A Ubisoft nos enviou uma cópia deste jogo para Xbox Series para essa review
ANÁLISE
Assassin's Creed: Shadows
Assassin's Creed chega ao Japão Feudal trazendo a história de Yasuke e Naoe
PRÓS
- Uma das temáticas mais esperadas chegou na franquia em grande estilo
- Um vasto mundo para explorar
- Ótimo retrabalho nas animações dos protagonistas
- Muito empenho para representar a cultura japonesa do período feudal, nos pequenos detalhes
- As mudanças sazonais são um show à parte
CONTRAS
- A talvez inevitável repetição de missões dos jogos de mundo aberto
- Protagonistas separados por muito tempo no início do jogo
- Algumas escorregadas da dublagem