“Corra que a Polícia Vem Aí” ganhou uma nova versão pela Paramount Pictures e já está disponível nos cinemas.
A proposta foi reviver essa famosa franquia dos anos 1990 estrelada por Leslie Nielsen. E agora, temos Liam Neeson como o protagonista Tenente Frank Drebin Jr, filho do personagem de Nielsen.
O filme se passa nos dias atuais e consegue mesclar muito bem as modernidades com o estilo de comédia de antigamente. Para quem curtia as comédias dos anos 80 e 90, e sentia falta disso atualmente, o novo “Corra que a Polícia Vem Aí” não vai decepcionar.

São muitas piadas acontecendo. Praticamente, uma por minuto. Se a cena fica séria, alguma coisa engraçada se passa ao fundo. Os roteiristas realmente capricharam, mostrando que estudaram muito o material original para produzir esse novo longa.
O enredo é bastante simples, mas funcional, dentro da temática. Frank Drebin Jr. pertence ao Esquadrão Policial e dedica sua vida a prender criminosos. O grande vilão da vez é um milionário com fama de bom moço, mas que na realidade está arquitetando um projeto “infernal” para dominar a mente das pessoas e torná-las novamente primitivas e violentas.
Existem poucos personagens principais, mas eles funcionam como deveriam e cumprem suas funções na trama simples e direta. Assim, fica bem óbvio que a ideia é fazer o público se divertir com as piadas. Acho que ninguém assiste um filme desse tipo esperando por algo profundo ou algo que faça ficar refletindo depois.
Mas, sendo mais específico sobre as piadas, elas não perdoam nada e nem ninguém. Por ser um filme de 2025, muita gente pode esperar um roteiro mais politicamente correto ou de alguma forma maduro. Só que não é bem assim. Sobra tiração de sarro para idosos, crianças e até mesmo para assuntos recentes como super ricos popstars e carros elétricos. Realmente é um filme dos anos 80 acontecendo nos dias de hoje. E isso, sem a intenção de ofender ninguém, tudo é feito com espírito de gozação, de forma descontraída.
E algo que não pode deixar de ser comentado é a dublagem. Sabendo que o filme vai agradar uma parcela de pessoas 40+, a Paramount fez uma seleção de dubladores famosos dos anos 90, tudo para dar um tom ainda mais nostálgico ao filme. É quase como assistir a um filme na “Sessão da Tarde”, onde você reconhece muitas vozes famosas do meio da dublagem. Tenho a impressão que os dubladores mais jovens, da “geração influencer”, não foram escalados para esse filme.

A direção de dublagem é de Wendel Bezerra e o trabalho na adaptação foi primoroso. As piadas não estão apenas traduzidas, elas foram localizadas e muitas mencionam coisas que só os brasileiros podem entender. Por isso, fica a dica, se você é fã dessa franquia, deveria ver o filme duas vezes, uma legendada e outra dublada. As piadas de tiozão vão saudar a quinta série que habita em você.
E ainda sobre a comédia, o filme quer te fazer rir de todas as formas. Tanto que até durante os créditos finais tem alguma piada rolando. Seja falado ou escrito na tela. E também existem duas cenas pós-crédito. Por tanto, assista até o fim! Não seja um cara “estranho”!
Talvez, o único defeito seja a duração do filme seja sua duração, de apenas uma hora e 25 minutos (que curiosamente é o mesmo tempo do original de 1988). Essa aventura do Frank Drebin Jr. merecia sim uns minutinhos a mais. Os fãs mereciam mais! Dizem que o que é bom dura pouco, mas não deveria…
Nos filmes clássicos tínhamos Leslie Nielsen interpretando o protagonista de uma forma que só ele conseguia fazer. Ele tinha uma expressão meio debochada ,distraída e engraçada, principalmente quando personagem não percebia que estava fazendo alguma besteira em cena.

Já com Liam Neeson, a coisa é um pouco diferente. Ele é famoso por filmes de ação mais sérios, onde ele sempre tem uma expressão mais fechada. Essa expressão acaba sendo usada no filme de maneira cômica, como se o personagem realmente estivesse numa investigação séria, ignorando todos os absurdos que acontecem em sua volta. Isso acaba funcionando muito bem justamente porque é um novo personagem e o Frank Jr. não precisa agir exatamente igual ao pai.
Realmente eu espero que “Corra que a Polícia Vem Aí” faça sucesso nas bilheterias e que ele traga uma nova leva de filmes de comédia aos cinemas. Esse gênero anda praticamente morto atualmente (a não ser por produções nacionais) e geralmente ele só aparece inserido dentro de outros gêneros.
- Assistimos ao filme a convite da Paramount Pictures
ANÁLISE
Corra que a Polícia Vem Aí (2025)
Frank Drebin Jr. é um policial atrapalhado que se mete em altas confusões quando tenta prender criminosos maus para cachorro. Assim como seu pai fazia.
PRÓS
- Piadas initerruptas, como deveria ser
- Dublagem que dá um tempero a mais
- Uma boa tentativa de reviver o estilo de comédia dos anos 80 e 90, com toques de modernidade
CONTRAS
- O filme poderia ser um pouco mais longo