Amanhã, dia 11 de setembro, estreia o novo filme dos Cavaleiros do Zodíaco nos cinemas nacionais. Ele foi criado em comemoração aos 40 anos de carreira do mangaká Masami Kurumada.
E para tornar as coisas ainda mais nostálgicas, os dubladores originais do anime dublaram o filme.
Em “A Lenda do Santuário” temos uma releitura do anime clássico, focando na saga do santuário, quando os cavaleiros de bronze enfrentam os cavaleiros de ouro para proteger a deusa Athena.
Nos primeiros minutos, vemos o Aioros, o cavaleiro de sagitário fugindo do santuário e sendo perseguido por outros 3 cavaleiros de ouro. Em seus braços está um bebê. Todos parecem estar voando no espaço, sugerindo que aquele não é um lugar comum. Durante a fuga, aparentemente, Saga, o cavaleiro de gêmeos, é morto e Aioros consegue escapar.
Em meio a uma escavação, Mitsumasa Kido (aparentemente, um arqueólogo) e seu mordomo Tatsumi encontram Aioros à beira da morte, dentro de uma caverna. Aioros entrega e o bebê, dizendo tratar-se da reencarnação da deusa Athena e pedindo para que Mitsumasa cuide dela até ela chegar aos 16 anos, pois o santuário havia se tornado um lugar perigoso. E antes de morrer, Aioros também entrega sua armadura, que se transforma numa placa dourada.
Mitsumasa nomeia a pequena bebê de Saori e então, reúne orfãos com grande potencial para tornarem-se cavaleiros e poderem protegê-la. Quando Saori completa 16 anos, Mitsumasa já não era mais vivo, porém, seu mordomo, Tatsumi, revela toda a verdade. Neste mesmo momento, Saori é atacada por cavaleiros comuns enviados pelo santuário, mas são impedidos pelos cavaleiros de bronze que chegaram para protegê-la.
Mas por que querem a vida de Saori? Segundo o Mestre do Santuário, ela deve morrer por se dizer a deusa Athena, já que a Athena verdadeira supostamente vive no Santuário.
Logo após a introdução, muitas coisas vistas nas sagas iniciais do anime ou mangá são ignoradas. Assim, não temos o torneio galático, nem as lutas contra os cavaleiros negros ou de prata. Por tratar-se de uma releitura, existem muitos pontos que foram modificados na intenção de tornar a história mais apropriada para o cinema.
Antes de dar minha opinião devo esclarecer que sou fã dos Cavaleiros desde quando começou a ser exibido no Brasil na década de 90. E durante todo esse tempo, concluí que existem dois tipos de fãs.
Um deles é aquele fã que adora tudo que sai sobre a franquia, sempre vai adorar e rotula quem não gosta de algo como “hater”. O outro é o fã que sabe que em qualquer obra existem pontos fortes e fracos, e não se vê obrigado a gostar de tudo só para mostrar que é mais fã que os outros.
Acho que me enquadro no segundo tipo. Eu já vi muitas coisas legais relacionadas aos Cavaleiros do Zodíaco, que eu curti, como também já vi coisas ruins que eu não gostei.
O novo filme tem muitas ideias novas, algumas boas e outras que me desapontaram.
Acho que o a saga do santuário é grande demais para caber num filme, ainda mais com apenas 90 minutos. Tudo acontece de forma bem corrida, não há tempo para respirar. Temos a apresentação dos personagens, a descoberta de um problema e tudo o que se passa no santuário é resolvido na metade de uma tarde.
Nesse ponto, acho que se tivessem dividido tudo em 2 filmes, os produtores poderiam ter focado melhor na origem dos personagens e no confronto contra os cavaleiros de prata num primeiro filme. E no segundo, mostrar mais sobre o santuário, a batalha contra os cavaleiros de ouro e a busca pelo sétimo sentido.
Mesmo assim, o fato do filme ser acelerado não é seu maior problema. Alguns personagens tiveram sua personalidade completamente alterada. Seiya é um grande exemplo disso. Ele está sempre muito alegre, sorrindo, fazendo piadas, não parece que ele é protetor de uma deusa ou que ele está em serviço.
Outro caso é o Máscara da Morte, cavaleiro de ouro de câncer, que mudou tanto, que poderia ter outro nome. A Casa de Câncer tornou-se uma mistura de cabaré com discoteca dos anos 70. A cena que mostra isso é absurdamente estranha, lembrando quando vilões da Disney cantam e dançam explicando seus planos malignos. O problema é que isso não funcionou com o Máscara da Morte, afinal, ele não está num filme da Disney.
Mas veja bem, não sou contra mudanças, Milo, cavaleiro de ouro de escorpião, desta vez é uma mulher. E o resultado ficou bom. A “amazona” é chamada de Milo mesmo e luta muito bem. Ela não ofende o legado do cavaleiro clássico e tem uma armadura muito bonita.
Como não existe muito aprofundamento no passado dos cavaleiros de bronze, a personalidade deles é bem destacada. Shiryu se mostra sério e verdadeiramente comprometido em proteger Athena, vestindo sua armadura 24 horas por dia. Hyoga está bem “badass”, ele é o oposto de Seiya, fala pouco e está sempre fazendo pose de mau.
O Shun está mais independente de seu irmão, embora ele não lute muito durante o filme. E Ikki permanece sendo o personagem distante, super forte, que aparece só quando as coisas apertam. Só que no filme, não há uma explicação sobre porque ele não fica com o grupo, já que não houve a saga em que ele era puro ódio no coração.
O que mais chama a atenção são as cenas de batalha. A ação, as tomadas de câmera e os efeitos estão muito bons. Conseguiram superar qualquer anime baseado em CDZ já feito até agora. Cada vez que um golpe é utilizado, vemos uma animação diferente e os golpes finais são o grande destaque.
As armaduras, embora completamente diferentes do que estamos acostumados tem um design bonito e funcional. Agora elas se fecham na parte do elmo e realmente protegem o cavaleiro. Existe algo de tecnológico nelas, elas agem por conta própria as vezes e parecem evoluir junto com o cosmo do cavaleiro.
Há quem tenha adorado isso, mas eu também ouvi pessoas dizendo que as armaduras fecham apenas para que os animadores não precisassem fazer a animação labial.
Se você assiste o trailer, verá que utilizaram o tema clássico da franquia. No entanto, durante o filme não tocam nenhuma trilha conhecida. É uma pena, pois isso poderia empolgar o pessoal mais nostálgico. Lembro quando eu vi pela primeira vez o primeiro episódio da saga de hades num evento de anime. Quando Seiya vestiu sua armadura e a música de batalha tocou de fundo, a galera assistindo foi ao delírio.
E o trailer até arrepia quando a música tema começa, vai dizer que não?
Visivelmente, o filme foi feito para os fãs dos Cavaleiros do Zodíaco. Para quem não conhece nada, existem algumas explicações rápidas em cenas chaves que acabam dispensando entrar em detalhes. Como exemplo, na casa de áries, Shiryu reconhece Mú, o cavaleiro protetor daquela casa e instantaneamente a luta se encerra ali.
Em outro momentos, algumas pontas ficam soltas. Quem conhece a franquia sabe que o Mestre do Santuário na verdade é Saga, o cavaleiro de gêmeos disfarçado. Por conta disso, a casa de gêmeos está vazia. Durante a caminhada dos cavaleiros de bronze, a casa nem é citada, eles praticamente não passam por elas, embora o Shiryu avise o grupo momentos antes que eles deveriam atravessar as 12 casas.
Quem não conhece a franquia pode se perguntar também porque são 5 cavaleiros de bronze que devem proteger a Athena, se apenas 2 tem maior destaque (Seiya e Shiryu) e os outros ficam mais apagados. De qualquer forma, não vai comprometer o roteiro pois ele é simples.
Não vou comentar o final aqui pois é a parte onde o filme se difere muito do mangá e do anime. Coisas que nunca aconteceram antes tornam-se possíveis. Obviamente, os cavaleiros atingem o sétimo sentido, mas a forma como eles utilizam é bem bizarra. E o Saga utiliza a famosa fórmula do “você não viu meu real poder” ao ser derrotado. Tratando-se de uma obra japonesa, você já deve imaginar o que acontece depois disso.
“Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário” possui alguns problemas, mas não deixa de ser divertido. Se ele tivesse mais uns 30 minutos de duração, as coisas poderiam ter sido bem menos corridas. Existem mudanças ruins, mas existem mudanças boas. As lutas, apesar de rápidas, são boas, bem coreografadas e os efeitos especiais colaboram para deixar tudo mais divertido.
Embora eu tenha visto muitos defeitos, também vi suas qualidades. Eu não odeio o filme, espero que faça sucesso e saia uma continuação. Também espero que não aconteçam mais coisas como a segunda parte da luta contra o Saga ou uma mudança tão brusca como foi com a personalidade do Máscara da Morte, que era conhecido como um personagem verdadeiramente mau e cruel.
Embora A Lenda do Santuário não tenha ido bem nas bilheterias no Japão, todos sabem que a franquia faz mais sucesso fora de lá. Então, a chance deles faturarem é agora. Você vai assistir no cinema? Já assistiu? Qual sua opinião?
Se você é fã dos cavaleiros, não deve deixar de ver. Se não conhece nada da série, talvez fique um pouco perdido, ainda assim poderá aproveitar a história.
Entrevista com o Hermes Baroli
Entrevistamos o famoso dublador do Seiya de Pégaso. Clique aqui para ver!
Bate papo com Elcio Sodré, o dublador do Shiryu
Durante o Anime Sampa aconteceu esse bate papo bem legal com o Elcio. Ele falou bastante sobre sua carreira de dublador e o que achou do filme A Lenda do Santuário. Clique aqui ou na imagem para ver!
Fotos da pre-estreia no Facebook
Fomos na pre-estreia do filme que aconteceu em São Paulo. Clique aqui para ver.
Podcast do JWAVE sobre A Lenda do Santuário
Participei do podcast sobre o filme. Clique aqui para ouvir!
Não gostei do filme e pena que tanto dinheiro e tecnologia não valeram tanto a pena. A começar pelos 5 cavaleiros de atena que mudaram muito. Ikki, o que sempre gostei quando pequeno, esta muito mais arrogante e individualista, no anime ele luta mais pelo grupo e mostra compromisso por atena. Shura de capricórnio diz que Shun de antromeda é o mais fraco de todos e shun ainda está mais patético no filme que achei sem necessidade e era de lei tinha que por a surra que ele deu em afrodite que foi uma das mais empolgantes do anime… Seya e Mascara da Morte estão mais para palhaços de circo do que cavaleiros…
O colega que fez a análise pode não gostar mas nem a mudança de Milo para uma mulher ficou boa na minha opnião, destoa da característica de cavaleiro de ouro. E outra neon nas armaduras… péssimo!
O que salvou foi a luta de Yoga x Camus de aquário… foi muito show!
Portanto, quem não viu, na minha opnião não perdeu muita coisa não.
Acredito que se eles seguirem a fórmula do jogo do PS3, “A Lenda do Santuário”, focando apenas na passagem dos cavaleiros pelas 12 casas e fazendo com que a Luta na casa de Aquário seja a mais bonita delas, eles poderiam esquecer um pouco o que se passa no Santuário, sem entrar no mérito que acontece na saga seguinte, no inverno.
Nota 10 para as imagens deste filme de demais recursos CG… também achei muito rápido… poderia ter sido dividido em 2 filmes de 2h cada. O que eu quero agora é comprar meu novo boneco de leão!!!! Espero que seja feito bem próximo ao desing do filme! Bom trabalho em sua análise!
Obrigado, Wilson, pelo seu comentário. Acho que os action figures desse filme vão ficar bem bacanas também. Abraço!
Realmente, o filme é bem diferente do mangá ou anime. Mas não acho que isso seja defeito. O maior problema para mim foi que escolheram mudanças ruins. Mas nem todas são ruins, algumas foram bem vindas, como a Milo mulher, eu curti a personagem.
Uma das maiores bombas dos últimos tempos:
A começar pela dublagem, tentaram encaixar a personalidade dos antigos desenhos nesse novo o que não encaixou de forma alguma..apenas deixou os antigos fãs mais frustrados, a dublagem do mordomo da Saori ficou PÉSSIMA, o cara não interpreta, ele apenas fez a leitura do texto e deixou tudo muito artificia.
Quanto a qualidade do CG, ela está excelente, não tem muito o que falar disso, o problema pra mim foi o design de algumas armaduras que ficaram patética, chegando ao cumulo de ter neon em algumas
A historia manjada que todos conhecem ( e adoram ) ao invés de ser melhorada foi piorada, com cenas esdrúxulas e uma forçação de barra com um humor sem nexo.
E o capitulo a parte, do qual eu e minha namorada riamos de chorar no cinema e presenciamos pessoas saindo da sala….a CASA DE CÂNCER. ahuahauhauhau o que foi aquilo? Um show da Brodway em plena casa de câncer, deus do céu hahahaha quando lembramos rimos novamente.
Os verdadeiros fãs de Cavaleiros do Zodíaco realmente ficaram frustrados pois foi um investimento fantástico e uma chance incrível desperdiçada me fazendo lembrar da besteira que ficaram com aquele filme em CG do sensacional Final Fantasy 7.
Que este filme descanse em paz