[Game] Análise – Necronator: Dead Wrong

Após um período de beta test, que durou alguns meses, Necronator: Dead Wrong está sendo lançado oficialmente hoje no Steam! Criado pela Toge Productions e distribuído pela Modern Wolf, trata-se de um RTS em linha muito bem humorado e divertido.

O jogo chega totalmente localizado em português, facilitando o entendimento da forma de se jogar e seu enredo.

Necronator coloca o jogador no controle de um general que comanda um exército de criaturas malignas para conquistar as terras de Chubat.

No início há apenas um general e um deck de cartas disponíveis para se escolher, porém, outros aparecem conforme se joga.O objetivo principal do jogo é vencer batalhas pelo mapa (entre as várias rotas disponíveis), derrotar o último desafio e partir para outro mapa.

Durante as batalhas, que acontecem em cenários 3D com visão isométrica, existe mais de uma condição para vitória, como derrotar um castelo inimigo ou apenas sobreviver durante um determinado tempo.

Você vai usando cartas para invocar tropas, encantamentos ou magias diretas no cenário (que acertam em área). Primeiramente, surgem algumas cartas na mão e conforme são usadas, outras do deck aparecem.

Usar essas cartas, gasta pontos de mana e na parte debaixo da tela há uma barra que mostra esses pontos sendo recuperados gradualmente.

As tropas saem de um portal e ele possui pontos de vida, por isso, deve ser defendido a todo custo, senão, é game over.Os cenários de luta mostram uma linha entre o portal do jogador e o castelo inimigo. Alguns são simples, outros possuem mais de uma rota e o jogador pode definir através de pequenas placas qual direção seu exército irá seguir.

No meio do caminho existem torres inimigas que precisam ser destruídas para se prosseguir. Quando uma delas é derrotada, ela se torna parte do exército do jogador, aumentando a velocidade da recuperação de mana.São muitos tipos de unidades para serem invocadas. Em geral, são mortos vivos, esqueletos, ogros enormes, gobelins, e todo tipo imaginável de criaturas “do mal”. Eles vêm com espadas, arco-e-flechas, machados, bombas, lanças, etc.

Algumas cartas são magias para serem usadas diretamente em algum lugar da batalha, basta arrastar o cursor e a área de alcance dela aparece. Existem bolas de fogo, trovões, geleiras que congelam inimigos por alguns segundos. Como também existem magias que restauram a vida das tropas instantaneamente ou uma causam uma chuva de cura que recupera vida aos poucos.

Já as cartas de encanto dão algum efeito especial às cartas que estão na mão e não foram usadas ainda, por exemplo: maior velocidade, maior defesa ou mais pontos de vida.

Cada tipo de carta é indicada para uma situação. Porém, o jogo é bastante dinâmico e exige pensamentos rápidos por parte do jogador. E tudo é um ciclo. As cartas vão do deck para a mão do jogador, depois de usadas vão para pilha de descarte, e quando todas acabam, voltam para o deck inicial.É possível gastar alguns pontos de mana para descartar toda a mão de uma vez. Isso é bastante útil quando você só está com cartas ruins para um determinado momento. Também serve quando o inimigo conjura alguma magia que bloqueia seu acesso às cartas temporariamente.

Durante todo o tempo que joguei, consegui acesso a três tipos de decks diferentes. O primeiro era mais “padrão”, oferecendo vários tipos de tropa, algumas magias diretas e alguns encantamentos.

Já o segundo era mais focado em causar efeitos negativos nos adversários e jogar magias diretamente no cenário, tendo menos tropas disponíveis.

O terceiro tinha muitas cartas de armadilha, que basicamente plantam algum personagem estático em algum local próximo a uma base aliada e este ataca inimigos que se aproximam com vários poderes diferentes. Continuo jogando para descobrir outros decks e, por conta desses três serem tão diferentes, acredito que os próximos seguirão o mesmo estilo. Em todo caso, conforme se joga e se compra novas cartas, os decks podem acabar ficando parecidos ou, pelo menos, da forma que o jogador mais gosta.

Ao vencer uma batalha, o jogador ganha vários espólios como cartas, relíquias ou almas. Relíquias dão poderes permanentes, durante a campanha. E as almas são usadas para fazer compras na loja que surge no mapa principal.

Esse mapa marca, além das batalhas comuns, as batalhas contra inimigos de elite, contra chefes (que são mais complicadas), os acampamentos, as lojas e pontos de interrogação.

O acampamento é interessante, pois é onde você pode se reorganizar. É possível descansar para recuperar pontos de vida do seu portal (que mantém a mesma contagem batalha após batalha), melhorar uma de suas cartas (tendo que escolher entre uma das duas opções disponíveis) ou descartar alguma do deck que já não seja útil.Na loja, novas cartas ficam disponíveis para compra, e quase sempre tem algo que ajuda a melhorar seu deck.

Já as interrogações podem ser coisas boas ou ruins. Geralmente acontece algum problema em que você é obrigado a gastar almas para resolver. Dependendo de quantas almas você usa, pode acabar ganhando um item bom ou nem tanto.

Quando o jogador é derrotado, tudo volta para o começo. Porém, ele ganha pontos de experiência para o general escolhido e, a cada nível alcançado, outros generais e decks são desbloqueados.Necronator é um jogo fácil de jogar. Em poucas batalhas já dá para entender seu funcionamento. A partir disso, é só aprender a não fazer besteira nas batalhas.

Os gráficos são simples, lembrando jogos de PS1 onde os cenários eram em 3D low poly e os personagens eram 2D. Ele pesa bem pouco, em torno de 1GB e necessita de apenas 2GB de RAM para funcionar. Ou seja, é bastante acessível. E no Steam ele está custando no momento R$30,39.

O que torna Necronator divertido é sua jogabilidade frenética. As primeiras batalhas até são um pouco lentas, mas conforme se avança, a velocidade aumenta gradualmente. É legal conseguir quebrar os inimigos e agir antes deles fazerem algo. Mas com certeza, estar perdendo e virar o jogo é um dos melhores acontecimentos.

Durante meus testes, sofri alguns bugs, embora não tenho sido frequentes. Algumas vezes, as cartas dispostas na tela não podiam ser clicadas, mesmo elas estando ativas e com mana suficiente para usá-las. Para resolver, tive que jogar fora a mão e pedir novas cartas do deck.Algo que ainda não entendi é como funciona o save do jogo. No mapa ou durante as batalhas, não existe um menu ou botão para realizar o salvamento. Cheguei a completar um mapa, fazer metade do segundo, e nada aconteceu, nem mesmo abriu alguma opção para isso.

Não sei em qual momento do jogo é possível realizar o salvamento do progresso. Isso poderia estar disposto de uma forma mais clara. São três espaços para save no modo campanha, mas desde que comecei a jogar, nenhum deles salvou nada. Só o que ficou salvo foi o nível de experiência do general que usei, os personagens desbloqueados e os decks.

O jogo permite mover a câmera para melhorar a visão da batalha. Sempre jogo com ela o mais afastado possível, para saber onde mandar minhas tropas. No entanto, tem algo que me incomoda às vezes.

As cartas da minha mão tampam bastante a visibilidade de campo pela forma como ficam dispostas na tela. Quando se arrasta uma carta para cima, para usá-la, ela também encobre mais o mapa. Isso atrapalha bastante o gameplay.

Talvez, seria interessante se as cartas fossem menores, ou ficassem semi transparentes. Isso ajudaria na agilidade do jogador.

Necronator: Dead Wrong é um jogo que pode prender por várias horas. Vale a pena estar sempre voltando e testando suas habilidades. Gradualmente, o jogador vai descobrindo novas cartas ou táticas de combate, e assim, o jogo se mantém interessante por um bom tempo.

A chave para a vitória é saber escolher o deck que combina com seu estilo de jogo e saber como modificá-lo, a partir das chances e situações que acontecem durante a campanha, para torná-lo cada vez mais forte.

Acredito que ele continuará recebendo atualizações e balanceamentos, já que ele possui até mesmo uma tela onde mods poderão ser adicionados futuramente.

Acesse “Necronator: Dead Wrong” no Steam clicando aqui.