Após um grande sucesso com a peça “Roleta-Russa” do livro de Raphael Montes, adaptada e dirigida por César Baptista. A mesma equipe volta com a adaptação do livro “Dias Perfeitos“, também de Raphael Montes e com mesma direção.

Em “Dias Perfeitos” conhecemos a relação conturbada entre Teo e Clarice que envolve sentimentos, desejo e psicopatia. É interessante ver como é frágil e não sabemos quando a pessoa está agindo por razão ou por emoção. E até que ponto a pessoa deixa de ser racional e é movida somente pelo sentimento que possui por outra pessoa.

O texto é muito bem escrito, as frases são ditas na hora certa e mantém o espectador atento e também tenso. Caso não tenha lido o livro, fica difícil prever o que pode acontecer e qual é o desfecho da história. Quem já leu pode afirmar que a peça é extremamente fiel nos pequenos detalhes.A montagem é muito criativa, característica vista também em “Roleta-Russa”. Os objetos e personagens estão sempre nas posições mais adequadas para que as cenas fluam bem e tudo seja preparado rapidamente para o próximo ato.

O elenco é bem entrosado, suas atuações são muito boas e convincentes. Por conta disso, a impressão que eu tive foi de estar vendo uma peça já consagrada que estava reestreando pela enésima vez. Mas na verdade era apenas o segundo dia após a estreia.

Focada para um público adulto, “Dias Perfeitos” tem cenas bem fortes e carregadas. Aborda temas polêmicos como violência contra a mulher, vingança, assassinato, entre outros…Recomendo fortemente a todos conhecerem o espetáculo, sendo fãs ou não das obras de Raphael Montes.