Criado em parceria da Avalanche Studios e ID Software, e publicado pela Bethesda, Rage 2 é um FPS de ação frenética num mundo aberto repleto de missões e outras coisas para fazer.
Após a recepção um tanto morna do primeiro jogo da série (8 anos atrás), era difícil imaginar que ele ganharia uma continuação. Porém, a ID enxergava potencial numa sequência. E assim, Rage 2 foi produzido e lançado para PlayStation 4, Xbox One e PC.
Com uma temática pós-apocalíptica, num futuro distópico cheio de cores neon nos cenários e uma civilização tentando se reerguer no meio disso tudo.
Seu enredo não é muito complicado. Trinta anos após os eventos do jogo anterior, o general Cross, líder do grupo militar Autoridade, revela seus planos para restaurar o planeta da forma dele (pela força). E inicia seu ataque contra todos os que não o seguem.
No início você escolhe se o protagonista será homem ou mulher. Esse personagem, conhecido como Walker, acaba descobrindo em menos de 5 minutos de jogo que é o predestinado a derrotar os inimigos. Ele passa a utilizar uma armadura ranger (não, ele não morfa…) que lhe dá poderes especiais sobre humanos.
Assim, Walker precisa conseguir a confiança de 3 líderes da resistência contra Cross e também reunir todos os dados do Projeto Adaga, este que é a chave para o sucesso da missão.
Os três líderes são John Marshall, Loosum Hagar e Antonin Kvasir, sendo este último um personagem que retornou do jogo anterior.
Logo após a missão introdutória, o jogador fica livre para explorar o Ermo. E ele não pode fazer somente as missões principais para concluir o jogo, pois elas ficam bloqueadas até que algumas missões secundárias sejam feitas.
Essas missões servem para aumentar o grau de confiança que cada líder tem com o personagem principal. Algo como vemos em outros jogos de mundo aberto como Days Gone.
Isso acaba ajudando a aumentar o tempo do jogo, porém, ele pode ser concluído em torno de 20 ou 25 horas. Definitivamente, não é muito longo.
O tiroteio é bastante rápido e divertido. Aquela adrenalina encontrada no recente reboot de Doom está presente, fazendo também uma grande referência aos jogos de tiro de antigamente. E é assim desde o início, já que as armas iniciais já são muito boas.
Porém, é possível melhorá-las e também dá para evoluir o personagem e o carro principal que ele pilota.
Para melhorar o personagem, o jogador deve encontrar as arcas. Elas guardam os poderes mais absurdos do jogo como o salto de gravidade ou a enterrada, além de armas mais poderosas. Felizmente não é difícil encontrar esses locais.
Conforme derrotamos inimigos, carregamos uma barra que, quando completada, habilita o poder Sobremarcha. Ele garante ao jogador maior velocidade e capacidade de causar danos aos inimigos por um tempo determinado. É a hora de extravazar!
O combate é o campo onde o jogo mais vai divertir. Derrubar vários inimigos em sequência é uma sensação que realmente desestressa. Apesar de meio mórbido, é muito satisfatório atirar num inimigo e ver o projétil explodi-lo de dentro pra fora.
Os acampamentos dos inimigos também tem um design bem interessante, lembrando as arenas de jogos de FPS online. Existem sempre muitas plataformas, escadas, paredes e vários objetos que podemos usar a nosso favor para enfrentar os inimigos.
No entanto, o jogo peca pela repetição. As missões secundárias são um tanto genéricas. E os combates contra chefes também não são tão criativos. Alguns deles repetem bastante, e caso o jogador já tenha decorado a movimentação do inimigo, vai passar sempre sem problemas.
A história simples não tem grandes reviravoltas. As cutscenes até são bem humoradas, porém não impactam muito no enredo. Nada sai muito da premissa do herói ficando cada vez mais forte.
Durante a exploração do Ermo encontramos torres da Autoridade fixadas no chão. Conforme avançamos elas ficam mais e mais difíceis de serem abatidas pois possuem ataques realmente poderosos e inteligentes. Assim que encontrei a primeira lembrei bastante daqueles Guardiões de Zelda Breath of the Wild, lembra deles?
É preciso acostumar a dirigir e mirar ao mesmo tempo
Estamos sempre revirando o cenário em busca de itens, como munições. Porém, também achamos itens que são necessários para evolução do personagem. Isso acaba tornando o processo um pouco mais burocrático.
Aliás, tudo o que o jogo tem de frenético é esquecido quando acessamos o menu de pausa, onde vemos o mapa, as armas, veículos e árvore de habilidades. Isso porque o menu foi vem mal projetado, não sendo nada intuitivo. E temos algumas pequenas lentidões na troca de abas, o que complica e chateia quando acessamos apenas para saber alguma informação.
O carro principal, Fênix, pode receber melhorias e é de longe o melhor de dirigir. Além de levar o jogador aos locais das missões, ele auxilia no combate e também pode enfrentar outros veículos inimigos ou participar de corridas.
Sobre o mapa, ele varia bastante os ambientes. Temos desertos, pontes, pântanos armazéns, acampamentos… E as viagens são sempre cheias de coisas acontecendo como emboscadas, desafios para corridas , etc. Embora o jogo seja repetitivo em termos de missões secundárias, é bacana ver como o mundo tenta parecer mais orgânico. É possível ver até mesmo alguns acontecimentos que não são conflitos, como por exemplo, alguns aliados passando de carro na estrada.
O jogo veio totalmente localizado, com legendas e dublagem em português. As vozes e interpretação estão muito boas, tanto para personagens principais como os secundários.
Rage 2 não foi feito para trazer uma história profunda e nem fazer o jogador se questionar sobre o sentido da vida. Ele foi criado para atirar, explodir, destruir… sem culpa de ser feliz!
E isso ele faz muito bem. Talvez, uma próxima continuação possa mesclar melhor a narrativa com o tiroteio, trazendo uma imersão maior ao universo de Rage.
- A Bethesda nos mandou uma cópia do jogo para análise, versão PC.