BraveStorm é o terceiro filme do Festival de Ação Japonês promovido pela Sato Company. Ele estará em cartaz nos melhores cinemas das grandes capitais do país nos dias 22, 26 e 28 de setembro.
Você pode acompanhar toda a programação no site: https://sato.tv.br/
BraveStorm é um filme que reúne duas séries antigas de tokusatsu e ao mesmo tempo as repagina: Red Baron e Silver Kamen, ambas vindas dos anos 70.
Basicamente, no enredo, um extraterrestre chega ao planeta Terra e o destrói com a criação de um robô gigante de nome Black Baron. Para a criação deste robô, ele escraviza um cientista especializado em robótica. Black Baron, então, solta uma gás tóxico que elimina a maioria dos seres humanos.
Muitos anos se passam e no ano de 2050 um grupo de resistência cria uma máquina do tempo e volta ao passado, em 2013, para encontrar o cientista e impedir a criação de Black Baron. Ao mesmo tempo, eles criam Red Baron para lutar ao lado deles caso algo desse errado.
Bela armadura e belos cenários em CGi
Em 2050, Silver Kamen conseguiu roubar os projetos do Black Baron, se reuniu à equipe da resistência e viajou com eles ao passado.
O início do filme se passa em 2018, quando conhecemos Ken Kurenai, irmão do cientista e habilidoso lutador de rua. Ele vive se metendo em brigas clandestinas quando é abordado pelos viajantes do tempo, descobre que foi o escolhido para pilotar Red Baron e que o futuro do mundo está em suas mãos.
BraveStorm é uma produção ambiciosa escrita e dirigida por Junya Okabe. Reunir dois heróis clássicos e utilizar recursos atuais para criar um novo filme era uma ideia bacana.
Infelizmente, ela vem com vários problemas. O roteiro com os dois heróis não funcionam bem, Red Baron e Silver Kamen não tem um propósito para estarem juntos.
O filme é baseado em tokusatsu, mas tem pouco do gênero da forma que foi feito. Existem várias lutas no filme, mas nenhuma chama muita atenção. A grande e aguardada briga final entre os Barons no final carece de personalidade. Praticamente não tem confronto. Se você está esperando vários golpes, explosões, personagens gritando nomes de golpes (ou seja, coisas de tokusatsu), não irá encontrar aqui.
Red Baron e Black Baron tem designs bem convincentes
Apesar da intenção ser boa, a todo momento fica a sensação de que falta algo. O protagonista Ken é um grande problema do filme. Ele fica o tempo todo revoltado, não quer saber de lutar pela humanidade, tem problemas com o irmão, não liga para os viajantes do tempo e no final, do nada, resolve lutar.
O próprio ator que o interpreta, Shu Watanabe, nem parece ser ele mesmo. Conheço ele da serie Kamen Rider OOO, onde ele interpreta o protagonista e lá ele está bem melhor.
E sua voz na dublagem é muito irritante, o que contribui para a terminar de destruir qualquer apego que poderíamos ter com o protagonista. Como se não bastasse ter uma, ele consegue ter duas piores vozes do filme, pois o Ken criança, que aparece numa cena de flashback, agride aos ouvidos com sua voz.
No filme anterior, Tokyo Ghoul, exibido no mesmo Festival de Ação Japonês, promovido pela Sato Company, a dublagem também foi feita por um estúdio em Miami. No entanto, nele não ficou ruim. Realmente não sei o que aconteceu em BraveStorm.
O filme se leva muito a sério, mas as atuações fracas, o roteiro com pouco nexo e a dublagem sofrível, colocam tudo por água abaixo.
De bom mesmo temos o design dos robôs e das armaduras do Silver Kamen, que são muito bem feitos. As CGs dos robôs também são de bom gosto e o cenário em que eles aparecem no final, embora aparentem ser feitos em computador, também são legais.
Silver Kamen e Red Baron em suas formas originais das séries dos anos 70 (elas não aparecem em BraveStorm)
Para os fãs de Ultraman, a atriz Chihiro Yamamoto está no filme. Ela interpretou a Laiha Toba em Ultraman Geed. E tanto nessa série como no filme, tem cenas em que ela luta com uma espada. Será coincidência? Não! Na verdade é porque ela é praticante de Wushu.
Como eu poderia recomendar este filme? Bom, vá assistir com os amigos sabendo que há muita comédia involuntária.
No Festival de Ação Japonês, tivemos um filme de anime (Bungo Stray Dogs), depois uma live action baseado em anime (Tokyo Ghoul) e para terminar um tokusatsu, BraveStorm.
Pode não ter sido a melhor escolha da Sato Company para trazer uma produção de tokusatsu para os cinemas brasileiros. No entanto, está servindo como um teste. Dependendo do sucesso desses filmes na bilheteria, outras obras poderão vir futuramente.
- Assistimos ao filme a convite da Sato Company