O inimigo agora é outro! E o Robocop também!
O 88milhas esteve na pré-estreia nacional do filme que gerou muita polêmica com seus trailers e a mudança radical feita no personagem principal. Pois bem, assisti ao filme e posso garantir que ele não é nem pior, nem melhor que o clássico de 1987. “Ele é diferente”.
E por mais que essa frase possa soar como clichê, ela se aplica muito bem ao filme. Existem muitas diferenças entre o novo e o antigo Robocop. O princípio básico “policial reconstruido como um ciborgue” é o mesmo, mas os filmes se desenvolvem de forma bem diferente.
O enredo se passa no ano de 2028, onde temos a empresa OmniCorp como líder mundial em tecnologia robótica. Diferente do filme clássico, os robôs já são utilizados em cenários de guerra no oriente médio. Porém, há uma lei que os proíbe de serem utilizados no território americano. Assim, a OmniCorp percebe que a única forma de conseguir faturar alto com sua robótica dentro dos Estados Unidos é unindo um ser humano e uma máquina.
Quando o policial Alex Murphy é ferido gravemente, surge a oportunidade da OminiCorp colocar seu projeto em prática. Desta vez, ele não tem sua memória totalmente apagada e a relação com sua família, após sua robotização, é melhor trabalhada. Ou seja, Murphy não é dado como morto e cabe à sua esposa decidir seu destino.
A vingança que o personagem principal busca também é explorada de forma mais intensa. Seu parceiro é baleado pelos bandidos logo no início do filme, dando motivos para a revanche. E é esse ponto que acaba culminando no atentado contra Murphy.
No filme original, o Robocop era exatamente um meio termo entre um homem e uma máquina, era um resultado perfeito entre a junção dos dois. Já na nova versão, ele oscila algumas vezes entre um ciborgue com consciência humana e uma máquina de combate. Particularmente gostei disto pois mostra que, por ser um projeto inicial, ele deveria apresentar essas variações típicas de um protótipo.
Mais do que você imagina, irá ver o Robocop com sua armadura prateada. E existe uma boa explicação para que ele passe a usar a versão preta. De qualquer forma, as cores acabaram sendo bem escolhidas e válidas dentro do roteiro.
Diferente do que se via nos trailers, o Robocop demonstra ser pesado. Seus movimentos nem sempre são lentos e ele tem também agilidade, afinal, era de se esperar de um ciborgue feito em 2028. Existe um bom balanceamento entre peso e tecnologia, e de forma alguma o protagonista fica leve demais ou pesado demais do nada. Há também menção à armadura do filme clássico, embora ela não apareça em formato real, somente um render em 3D holográfico.
Embora a direção seja de José Padilha, não espere ver referências aos filmes Tropa de Elite 1 e 2. Você pode tentar enxergar alguma relação na forma como são retratados as gangues no início. Ou no programa sensacionalista que fala dos crimes pela cidade, apresentado por “Nick Fury”, que lembra aquela cena de “TdE 2”, onde aparece um tipo de Datena genérico. Sim, isso significa que em Robocop temos um Datena do Futuro, que interage com imagens holográficas e é totalmente parcial em seus comentários (não que eu ache o original assim).
Os efeitos estão muito bons. A famosa trilha do Robocop original toca algumas vezes, enquanto isso, durante as cenas de ação, temos uma nova trilha que remete aos filmes do gênero dos anos 80. Posso garantir que tentaram mesmo agradar aos fãs da trilogia original.
Realmente, não há muito sangue durante o filme. E para falar a verdade, não senti muita falta. Sangue aparece quando é necessário, como na última cena. E, para quem queria ver mais “gore” e carne humana, espere pra ver Murphy sem a armadura…
Não há uma explicação exata para terem deixado uma das mãos de Murphy humanas. Pode-se supor que seja para que ele continuasse podendo sentir as coisas ao tocar. Cheguei à esta conclusão após ver a cena de uma pessoa tocando violão com uma mão biônica. Pode até ser esse realmente o motivo, mas como ninguém comenta durante o filme, acabou ficando em aberto para teorias.
Queria fazer uma piada sobre o gigante nariz do ator Joel Kinnaman, que interpreta Alex Murphy, e dizer que, a partir de Andrew Garfield em “O Espetacular Homem Aranha”, nós estamos na era dos protagonistas de napa gigante, mas não consegui. Difícil mesmo é ver o recente Comissário Gordon contracenando com o antigo Batman e não pensar na trilogia do Cavaleiro das Trevas, quando o Robocop se veste de preto.
Recomendo a todos os fãs do Policial do Futuro que assistam esse filme. A premissa de Robocop revista nos dias de hoje foi muito bem retratada e de uma nova forma.
E para aqueles que nunca viram os filmes anteriores e gostaram do novo, recomendo que os assistam para perceber como é essa variação de uma mesmo conceito, trabalhado em épocas diferentes.
Espero que tenha curtido esse review!
NOTA:4.5
PODCAST SOBRE O FILME
Clique aqui para acessar nosso podcast sobre o novo Robocop, onde os outros integrantes do 88milhas também dão suas opiniões sobre o filme!
Realmente é um filme muito fraco,sem emoção alguma,até que o padilha tentou copiar algumas partes do original,mais fracassou,o robocop andava como se não fosse um robô,percebesse que o padilha não entende nada do assunto,erraram na escolha deste diretor,mas um ponto negativo para os diretores Brasileiro,ainda bem que não gastei dinheiro no cinema,as crianças gostarâo com certeza.
Valeu pelo comentário. Em breve sairá o nosso podcast sobre filme. Aguarde e poderá saber a opinião do outros integrantes do 88milhas!
Excelente análise, .
Valeu. Espero que todos possam curtir. Eu não tenho tanta ligação nostálgica com os filmes antigos, por isso, não estava esperando algo igual. E não me arrependi.
A minha expectativa é sempre ‘MERDA” quando vou no cinema agora, vamos ver se é essa paçoca toda pra valer 4,5/5 😛
Minha expectativa era merda antes de ver o trailer, ainda mais ao ver as primeiras imagens do RoboCop. Mas acho que pode atender as minhas expectativas como saudosista… Preciso assistir!
Eu fui de peito aberto (ou seria mente aberta?). Não estava esperando a sanguinolência do passado, e nem queria isso, e encontrei um filme com boas cenas de ação (embora não sejm tantas) e uma nova forma de apresentar o Robocop. Não acho que substituiu o antigo, acho que só adicionou.
Ótima análise! Fiquei com muita vontade de ver o filme no cinema!
Wow….que DEMAIS!!!!!
não vejo a hora de ver esse filme….