Filme Análise: Malévola (sem spoilers)

Técnicamente incrível, divertido e inesperado são os três melhores adjetivos para ‘Malévola”.

Hoje em dia, muitos contos de fada tem sido modernizados e alterados para filmes épicos utilizando o que há de mais avançado em efeitos especiais, na tentativa de recriar seus universos e atingir um novo público.

Malévola faz parte dessa lista de filmes e consegue se sair bem melhor que muitos outros que falharam na missão como “João e Maria: Caçadores de Bruxas” ou “Branca de Neve e o CaçaThor“.

Baseado no conto e no filme da Disney “A Bela Adormercida”, em “Malévola” temos uma história bem diferente, onde o foco está totalmente na vilã e a princesa Aurora é completamente secundária.

Por mais que o enredo seja diferente, temos muitos elementos conhecidos dispostos de maneiras diferentes, como as 3 fadas, a floresta de espinhos, o beijo de amor verdadeiro, entre outros.

No início conhecemos a fada Malévola (Angelina Jolie) em sua infância, vivendo numa floresta encantada isolada, longe dos humanos. Ela possui seus famosos chifres e também longas asas, que domina muito bem e dá a ela um grande sentimento de liberdade. Também ficamos sabendo que existe uma briga de muitos anos entre humanos e os seres mágicos.

“Malévola, realmente uma vilã?”

Malévola conhece Stefan (Sharlto Copley), um humano que entrou na floresta sem permissão para roubar uma pedra preciosa. Ele é perdoado pela fada e os dois acabam se tornando amigos. Com o passar do tempo, o relacionamento deles se aprofunda quando Malévola completa 16 anos, eles trocam o primeiro beijo.

No entanto, as tentações do mundo humano seduzem Stefan e ele se afasta de Malévola. Ela então se torna a rainha protetora dos seres da floresta e passa a defender suas terras dos ataques dos humanos.

Após uma grande derrota para Malévola, o rei coloca a cabeça dela à prêmio e oferece o trono para aquele que conseguir derrotá-la. A partir disto, ocorrem traições, maldições e muitos fatos que ocorrem em “A Bela Adomercida” se misturam criando um desfecho bem inusitado.

Como tudo é bem diferente da história original, você começa a tentar imaginar qual será o final da história e o filme ainda consegue te mostrar uma terceira opção que você não esperaria.

O trailer sugere que, embora o destaque esteja em Malévola, o filme foca muito nos acontecimentos de “A Bela Adormecida” e que há uma grande batalha de exércitos no final (como a maioria dos atuais filmes épicos de fantasia). Mas na verdade não é bem assim. Ou seja, não confie no trailer pois ele tem uma montagem bem diferente do filme.

Por isso, não espere estar vendo uma versão live action de “A Bela Adormecida”, o filme tem um outro ponto de vista. É uma nova história que não anula o clássico de animação.

Angelina Jolie está muito bem em seu papel, quando ela quer ser a Malévola, ela consegue, principalmente ao recitar a maldição na princesa Aurora e ao agir com toda sua maleficência. Preciso dizer que ela tem boas cenas cômicas, principalmente quando está ao lado de Diaval (Sam Riley), seu corvo servo. O melhor nessa personagem é descobrir o outro lado que nunca haviamos visto. Para quem curte “estar do lado do vilão vendo nele um herói”, “Malévola” é um prato cheio e transbordando.

 “Efeitos espetaculares nas fadas.”

Assisti o filme numa sala 3D comum e ainda assim, os efeitos tridimensionais estão impressionantes. O fato de existir muitos cenários e personagens em CG com certeza ajudam muito. As asas da Malévola são muito naturais, realmente são parte da personagem.

As três fadas (pixies) que cuidam da pequena Aurora na floresta são em CG, porém, foram feitas a partir de 3 atrizes. Elas são bem pequenas, com as cabeças bem maiores que seu corpo. É uma evolução do efeito especial utilizado no personagem Steve Rogers no filme “Capitão América: O Primeiro Vingador”. Ao mesmo tempo que o efeito gráfico nas fadas possa estranhar ao olhar pela primeira vez, é de se espantar com o nível que os efeitos especiais chegaram nos dias de hoje.

Vamos aos defeitos. Considero “Malévola” um ótimo filme, no entanto, algumas coisas me incomodaram. Quando ficamos sabendo que Stefan deixa de ver sua amada por conta das “tentações do mundo humano”, parece uma desculpa fraca para que os dois deixem de se ver por algum tempo e não sabemos quase nada do que aconteceu nesse tempo.

O final me surpreendeu por não seguir a cartilha Disney do “viveram felizes para sempre”.  Há felicidade, mas não para todos. Isso pode chatear algumas pessoas. Eu mesmo estava esperando um final de novela da globo, onde tudo se resolve nos últimos instantes.

A música é baseada na animação clássica e dá bem o tom para cada cena. Não é inovadora, mas é clássica e vai fazer você sair do cinema com o tema clássico na cabeça.

“Malévola” vale a pena? Sim. Vale para quem é fã do conto de fada e da animação da Disney. Mas vale também para quem não é fã mas curte filmes de fantasia como “Harry Potter” ou “O Hobbit”. Se você tem problemas com filmes infantis onde os personagens cantam e dançam, vá assistir com fé, pois “Malévola” não tem nada disso…

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Trailer Oficial Legendado: